segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

para a sua surpresa:
mais de mim,
sim.
você
predador,
melhor corredor
da natureza.
eu
- de extrema
lerdeza -
nada além
que sua
presa.
no começo
tudo é pouco:
te conheço,
começa o jogo.
um passo seu
recuo o meu,
eu jogo água
você ateia fogo.
você mira
e acerta em cheio:
mais um pouco e incendeio.
você acerta o passo
e me alcança,
arco tensionado
seu corpo lança
e pousa
ao meu lado,
onde um pouco menos
que tão cansado,
pronto para outra
- recuperado -
corre lado à lado
de meu corpo paralizado.
te derrubo
me levantas
e eu conto
quantas quantas.
e quanto mais corro
mais fica pouco,
você acerta o passo
e
logo logo
lado
a
lado
esqueço o meu corpo
jogado
abandonado.
por qualquer em falso movimento
caio no seu laço:
nos seus braços de calor
desfaleço com moleza
você predador
eu presa

sábado, 9 de dezembro de 2017

a mais alta honraria
a mim
me foi
destinada:
injustificada meritocracia
de quem
muitos deméritos
acumulava.
se ontem
era só dor e lágrimas
hoje acumulo
- na malinha de mão -
amor
e risadas
se ontem só recebia resposta
como não
hoje é
tudo sim
e
mais nada,
nem adianta dizer que é sorte
FIEL É QUEM ME GUARDA.

(autobiográfico e uma miscelânea de Salmos 23 e 1 Tessalonicenses 5:24) 

domingo, 14 de agosto de 2016

sem ter para onde voltar
olho para trás
há casa
há lar?
lugar que me compraz?
sem ter para que voltar
olho para frente
há desafio
há caminho
se não no chão
           na minha mente.

terça-feira, 21 de junho de 2016

grande espaço
entre meus braços
e o mundo
que
quase
abarco
pena
que é ilusão
mas ainda sonho em ter
o mundo inteiro
na
palma
da
mão

quarta-feira, 4 de maio de 2016

pelo meu olho:
a bela cadelinha
de rabo de raposa
me olha
debaixo da lua de sete horas
debaixo da lua de sete horas
me olha
de rabo de olho
a bela cadelinha e
sonha ser raposa

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

solidificada,
feita de gelo,
modificada
pela falta de zelo:
uma sofisticada
estátua de marfim.
a dureza no coração permanece,
o corpo-dia anoitece:
ausente tu em mim.

(chega a fingir que é dor, a dor que deveras NÃO sente)

terça-feira, 27 de outubro de 2015

jogo da ilusão

eu
você
o tabuleiro
e meu coração,
incertezas no ataque
mais um erro
e xeque-mate:
minhas cartas na mesa,
eu na sua mão