quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

tentativa de recitar Leminski:


    esse é um dos meus poemas preferidos do samurai curitibano, e foi um dos primeiros que aprendi, o vídeo tem uma qualidade baixíssima devido ao fato de ser da webcam e eu estou meio nervosa e me mexendo bastante, embora não saiba o motivo.
    pra quem não entendeu, vai o poema na íntegra:

você
que a gente chama
quando gama
quando está com medo
e mágua
quando está com sede
e não tem água
você
só você
que a gente segue
até que acaba
em cheque
ou em chamas
qualquer som
qualquer um
pode ser tua voz
teu zumzumzum
seixo solto
céu revolto
pode ser teu vulto
ou tua volta
(Paulo Leminski)

domingo, 25 de janeiro de 2015

um passo
e já não estou no mesmo lugar.
quem sou eu para negar o espaço?
quem sou eu para me negar?
quem sou eu do que faço?
devo ou não me sujeitar
ao que sobra de um abraço
às voltas que o mundo dá?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

te parece absurdo
que eu me faça de surdo
ao gemido
mudo
da tua boca quente
que me roça a nuca
e desce pelo ouvido
- quando minha lingua fugaz
vai da tua clavícula
ao mamilo?
não estou a te ignorar,
meu bem,
ao contrário
vou muito mais além:
deito a cabeça no teu peito
e escuto a ondulação
do pulsar errado e direito
do teu coração
você disse não
disse que não é não
que amava outro
- um tal João -
e que tinha entregado à ele
beijos, lábios, seios
e até o coração.

eu te disse que sim
disse novamente que sim
disse que a vida não é assim
que suas carícias, boca e peitos
eram pra mim
- e só pra mim -
e que teu coração
cor de carmim
e cheirando alecrim
não poderia ser do tal João,

e que apesar de que ele coubesse no seu não
dispensasse o tal rapaz
já que o meu coração não seria de ninguém
e ninguém mais.
e você disse que não
que não era só o joão
que nosso caso tinha ido longe demais:

"pegue os restos do seu coração
vá cada um pro seu canto, então,
e soframos a nossa dor
em paz"

sábado, 3 de janeiro de 2015

o céu nublado
não mais me traz nostalgia
e o certo e o errado
não mais me dá agonia
alívio dourado
que brilha com o dia